Há algum tempo, transmitir dados a um ritmo de 300 bits por segundo (bps) em casa era uma tarefa difícil. Em alguns ambientes corporativos, a velocidade era maior em cerca de 10 megabits por segundo (MBPS). Ao longo dos anos, os avanços tecnológicos e inovações turbinaram a velocidade da internet tanto em casa quanto no escritório. Hoje, é possível atingir um fluxo de dois gigabits por segundo a partir de uma conexão Wi-Fi doméstica.
Como chegamos até aqui, seria de se esperar que ficássemos satisfeitos. Mas não estamos. De fato, como mais sistemas exigem melhores pulls de dados para funcionarem apropriadamente, queremos que nossa conexão à internet acompanhe esse ritmo.
E, com base na previsão de que cerca de 60% da população global terá acesso à internet até 2022, podemos esperar novas melhorias nas velocidades Wi-Fi em resposta à saturação excessiva da internet e à lentidão das conexões.
De modo geral, o grande impulso para o crescimento dos usuários da internet virá de inovações nas comunicações “máquina a máquina” (M2M). É a tecnologia por trás da chamada Internet das Coisas (IoT), que nada mais é do que a conexão entre aparelhos de rastreamento de objetos e monitoramento de saúde, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, veículos inteligentes e outras utilidades e dispositivos por meio da internet. Em 2022, cerca de 51% de todos os dispositivos habilitados para a internet serão soluções M2M.
O aumento de dispositivos e usuários acarretará um salto significativo no tráfego da internet em todo o mundo. Estudos sugerem que em 2022 o tráfego IP global alcançará uma taxa de execução de 4,8 zettabytes por ano. Isso é quase 11 vezes mais que o tráfego IP total registrado há 10 anos.
Considerando-se que os cassinos online são uma das principais atividades da internet em todo o mundo, ao lado de alternativas como redes sociais, comércio eletrônico, streaming de vídeo e jogos online , podemos esperar mais largura de banda nessa direção. Com mais pessoas acessando a internet, esses segmentos interconectados terão mercados novos para rastrear e explorar.
A apresentação a um amplo leque de opções acaba, então, criando um dilema para os usuários: o que, quando e como. Por exemplo, com cassinos online, a questão é a que horas devo jogar no cassino, que cassino devo usar e em que plataforma, telefone móvel, PC ou realidade virtual? No caso do comércio eletrônico, a dúvida seria o que, onde e como comprar.
Com a expectativa de crescimento do alcance da internet, os dados também fluirão mais rapidamente para acompanhar o aumento do tráfego. Por exemplo, em 2022, a velocidade média da banda larga no mundo inteiro está na faixa de 75 Mbps, um fluxo bem superior à média de 39 Mbps de 2017. Regiões específicas, porém, podem desfrutar de velocidades de rede ainda melhores – é o caso da América do Norte, que está pronta para exceder a marca de 94 Mbps.
Com a tecnologia 5G acessível em smartphones compatíveis, as velocidades de rede mais do que triplicarão, aproximando-se de 28,5 Mbps em 2022 – para uma comparação, em 2017 a marca máxima era de 8,7 Mbps. As velocidades globais de Wi-Fi não ficarão de fora, com os sistemas Wi-Fi impulsionados para uma média de 54 Mbps.
A MediaTek, responsável pelo desenvolvimento do Wi-Fi 7, anunciou que já fez demonstrações ao vivo da tecnologia a clientes e parceiros, embora seu uso seja previsto apenas para 2023. É o novo padrão para sistemas Wi-Fi, sucessor do Wi-Fi 5 e do Wi-Fi 6 (também chamado de 802.11ax). A tecnologia Wi-Fi doméstica com Wi-Fi 6 está em expansão nas residências e ainda não foi adotada em larga escala, e o Wi-Fi 6E de última geração entrou no mercado recentemente.
A revelação do Wi-Fi 6 foi a maior e mais emocionante atualização para os sistemas Wi-Fi em quase uma década. O novo sistema proporciona baixa latência, menor congestionamento, maior velocidade e maior segurança. Nesse padrão, a velocidade de transferência de dados fica perto de 10 Gbps, dependendo da conexão de banda larga utilizada com o sistema.
Com o Wi-Fi 7 no horizonte, podemos sonhar com velocidades de conexão ainda superiores e outros benefícios. Por exemplo, a empresa de roteadores Netgear afirmou que sua unidade de rede embutida com Wi-Fi 6 poderia alcançar taxas de até cinco vezes a velocidade do Wi-Fi 5. Com base em uma lógica semelhante e alguns cálculos, podemos imaginar que não está longe um futuro em que as unidades Wi-Fi atinjam velocidades 12 vezes maiores do que o sistema Wi-Fi 5.
Para as unidades Wi-Fi domésticas, a expectativa é que os novos modelos sejam lançados com o novo padrão (Wi-Fi 7) dentro de dois anos (em 2024), com velocidades superiores à de qualquer coisa baseada na atual geração de Wi-Fi (6 e 6E). Outra característica importante que podemos esperar com o novo padrão é a operação na faixa de frequência 6 GHz, que diferencia ainda mais o Wi-Fi 7 de seus predecessores.
A tecnologia também adotará a Operação Multi-Link (MLO), o que significa transmitir dados usando vários canais e bandas simultaneamente. Essa característica torna os sistemas Wi-Fi domésticos mais estáveis, com maior confiabilidade e menores taxas de latência. Além disso, há rumores de que o Wi-Fi 7 poderia ser capaz de operar na faixa de 6 GHz ao ar livre graças ao sistema de Coordenação Automatizada de Frequência (AFC).
Os avanços nos sistemas Wi-Fi domésticos a partir de 2022 irão ampliar os limites de tudo o que sabemos e usamos hoje. As velocidades de conexão à internet aumentarão drasticamente, ao mesmo tempo em que diminuirão os entraves que prejudicavam os sistemas anteriores, como alta latência e congestionamento.
Os termos técnicos podem ser um pouco complicados. Mas, num mundo em que precisamos da internet para quase tudo, não é preciso ser especialista para saber: a rede ultrarrápida mudará para muito melhor a experiência de navegação sem fio.
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