Mercado de trabalho reaquece e se torna mais promissor para quem busca por emprego formal, enquanto muitos setores da economia enfrentam dificuldades em preencher as vagas abertas.
O mais recente levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a taxa média de desemprego no Brasil caiu para 11,2% no trimestre encerrado em janeiro deste ano, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE no dia 18 de março.
Isso reflete uma queda considerável em relação aos números levantados no auge da pandemia, que apontavam para um contingente de 15 milhões de desempregados. Por outro lado, uma série de pesquisas publicadas neste início de ano indicam que a falta de qualificação profissional vem tornando mais lento o ritmo das contratações.
Ao preparar um currículo para começar ou retomar a busca por emprego, é interessante dar destaque à capacitação para o tipo de vaga desejada. Isso faz diferença nesta fase de reaquecimento gradual do mercado de trabalho em que a falta de qualificação profissional é apontada como um dos principais entraves para o preenchimento de novas vagas.
Dados divulgados recentemente pela Confederação Nacional da Indústria apontam que 5 em cada 10 indústrias do Brasil vêm enfrentando dificuldades em encontrar pessoal qualificado. Em outros setores da economia, também há uma grande demanda por pessoas um grau de qualificação que não chega a ser atingido por quem se candidata aos cargos em aberto — principalmente em áreas relacionadas a tecnologia.
Muitas empresas têm investido na capacitação de seus quadros como forma de suprir essa carência. No entanto, candidatas e candidatos que fazem cursos voltados à formação profissional se diferenciam de forma positiva em relação à concorrência.
Ao investigar como a formação técnica pode contribuir para a inclusão de jovens no mercado de trabalho, um estudo da Fundação Roberto Marinho, Arymax e Itaú Educação e Trabalho revela que 42% das empresas consultadas afirmam que têm jovens com formação técnica em seus quadros, que permanecem no emprego e chegam a evoluir de cargo, sendo que 61% afirmam ter pelo menos um gestor que já ocupou cargo técnico.
Esses dados são animadores para quem está à procura de emprego — e não só para jovens ou iniciantes — pois refletem como o ensino profissionalizante pode ser útil na construção de uma carreira. Os cursos de nível técnico têm como foco preparar a pessoa para atender as demandas específicas de uma profissão ou setor da economia.
Por ser mais focado no mercado e com duração mais curta do que uma faculdade tradicional, esse tipo de curso também é uma boa opção para reciclagem e requalificação profissional, além de complementar conhecimentos em áreas relevantes para o cargo que a pessoa deseja ocupar.
Outro aspecto interessante é o aumento da oferta de cursos online, que facilitam a vida de quem quer evoluir na formação profissionalizante. Agora que o ensino a distância se popularizou por todo o país, muitas empresas já não fazem questão que candidatos tenham obtido um diploma por ensino presencial (desde que o curso na modalidade EAD seja regulamentado pelo MEC).
Segundo a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, o início de 2022 mantém a tendência de retomada dos empregos de carteira assinada. A agência de notícias do instituto contabiliza uma alta de 2% de pessoas empregadas com carteira de trabalho assinada no setor privado, em relação ao trimestre anterior, “o que representa mais 681 mil pessoas com emprego que garante os direitos trabalhistas”.
O setor industrial promete contratar 90 mil jovens aprendizes em todo o país, uma medida que visa aumentar os níveis de emprego e de qualificação da mão de obra no Brasil. Já quem não é iniciante, mas está fora do mercado de trabalho, deve prestar atenção às oportunidades no comércio, indústria e nos setores de alojamento e alimentação — que tiveram uma influência positiva na queda das taxas de desemprego. Além disso, é bom ficar de olho nas vagas oferecidas por pequenos negócios, que geraram 78% dos postos formais criados em 2021.
Para quem busca por emprego na área de tecnologia da informação, vale a pena investir em formação profissionalizante para suprir a grande carência por pessoal qualificado. Segundo a Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais), a área de TI deve criar 530 mil vagas de trabalho no Brasil até 2025, que não serão preenchidas sem que as pessoas obtenham a qualificação profissional necessária.
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