Vorkuta Gulag: Conheça a Bizarra Prisão da União Soviética

Diversos acontecimentos históricos marcaram a história do mundo e boa parte deles vimos na época da escola. Certamente você já leu e ouviu bastante sobre a União Soviética, uma nação que existiu entre 1922 e 1991 e foi um resultado direto da Revolução Russa, que aconteceu em 1917 e transformou a Rússia em uma nação socialista.

Bom, você já pode ter ouvido falar da União Soviética, mas também ouviu falar da Vorkuta Gulag? Com, prepare-se, pois iremos fazer uma viagem na história e te contar tudo sobre essa bizarra prisão.

Início do Vorkuta Gulag

De acordo com a revista Time , os líderes russos haviam considerado o trecho isolado de terra na atual Vorkuta como um bom lugar para prisioneiros políticos desde a década de 1840 sob o czar Nicolau I. Os Burocratas Soviéticos acreditavam que o sistema gulag serviu a dois propósitos. Primeiro, fornecia um local conveniente para aprisionar qualquer pessoa, de “inimigos de classe” a camponeses rebeldes que resistisse às políticas soviéticas. Segundo, os gulags forneciam aos administradores soviéticos mão de obra gratuita com a qual eles podiam industrializar o país.

E assim, quando o carvão foi descoberto na República de Komi em 1930, preparou o terreno para o surgimento de um novo conjunto de campos de trabalhos forçados.

De acordo com a New/Lines Magazine , um pequeno grupo de cerca de duas dúzias de prisioneiros, geólogos e guardas chegaram à área em 1931, onde cavaram uma das primeiras minas de Vorkuta no ano seguinte. Pesquisas apontam que em 1938, a prisão tinha 15.000 prisioneiros. Em 1946, Vorkutlag e um campo vizinho mantinham mais de 60.000 prisioneiros.

Tortura

A vida em Vorkutlag era brutal, os prisioneiros eram levados ao campo por trens lotados, onde os guardas se referiam a eles como “carvão branco” e deixavam cadáveres em cada parada. Ao chegar, os prisioneiros seriam recebidos com cartazes como “Trabalhar na URSS é uma questão de honra e glória” e “Com punho de ferro, levaremos a humanidade à felicidade”.

Os prisioneiros viviam em campos ao redor de uma mina, onde dormiam em beliches, usavam um balde como vaso sanitário e rebocavam rachaduras nas paredes com lama na esperança de manter o frio do lado de fora. O frio era uma das características definidoras da vida em Vorkuta, onde as temperaturas podiam cair para -40º, os invernos duravam até 10 meses e as violentas tempestades de neve tornavam a vida traiçoeira.

Apesar do frio e apesar do fato de que a maioria dos prisioneiros não tinha suprimentos básicos, como roupas íntimas ou botas quentes, esperava-se que eles acordassem por volta das 5 da manhã e trabalhassem 12 horas por dia. Além disso, aqueles que tentaram escapar das condições desumanas no gulag de Vorkuta foram muitas vezes brutalmente espancados, despidos e jogados em confinamento solitário sem aquecimento.

Resistência

Em 1953, muitos dos prisioneiros estavam fartos. Naquele mesmo ano, Joseph Stalin morreu e os prisioneiros do Vorkutlag se recusaram a trabalhar. Inclusive um prisioneiro chegou a declarar que estava cansado de apenas trabalhar, trabalhar até cair morto no poço.

No mês de julho, eles entraram em greve, mas sua resistência durou pouco. Em 1º de agosto, as tropas atiraram contra os grevistas, matando dezenas e ferindo dezenas de outros. No entanto, a chamada Revolta Vorkuta acabou por ser o suspiro moribundo do campo. A era do gulag estava terminando, e o Vorkutlag foi fechado em 1962. Até então, cerca de 200.000 morreram enquanto estavam presos lá.

Após o fechamento do Vorkutlag, muitos de seus prisioneiros deixaram a região. Mas alguns, sem ter para onde ir, ficaram. E alguns cidadãos soviéticos até optaram por se mudar para o local do antigo gulag. Embora os presos tivessem saído, as minas ainda precisavam ser trabalhadas. Assim, as autoridades ofereceram altos salários aos mineradores em potencial e muitas vantagens para se mudarem para a região isolada e gélida.

Como resultado, Vorkuta acabou se tornando uma cidade próspera com escolas, lojas e blocos de apartamentos. Alimentado pelas 13 minas que o cercavam, sua população cresceu para 250.000 no final da década de 1980.

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Atualmente apenas quatro de suas 13 minas permanecem, seus subúrbios se tornaram cidades fantasmas e sua população total caiu para cerca de 60.000.

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