No vasto espaço, uma infinidade de astros, planetas e galáxias permanecem desconhecidos para nós. Da mesma forma, a órbita da Terra abriga numerosos objetos que ainda não exploramos completamente. Entre eles, destaca-se um asteroide que aparentemente foi “expulso” da Lua.
Batizado de Kamo’oalewa, esse quase-satélite possui uma classificação peculiar: assim como a Terra, ele orbita em torno do Sol, mas mantém uma órbita intimamente ligada à do nosso planeta, permanecendo em sua proximidade.
Descoberto em 2016, o Kamo’oalewa possui aproximadamente 40 a 60 metros de comprimento e segue uma órbita notavelmente estável. Desde então, o interesse por esse corpo celeste tem crescido, culminando no investimento da China em uma missão com o objetivo de pousar uma nave em sua superfície até 2025.
Apesar de sua importância, o Kamo’oalewa só pode ser observado no céu durante um curto período do ano, e sua pequena dimensão requer o uso de telescópios mais potentes para uma observação eficaz. Até o momento, seu conhecimento ainda é limitado.
Em 2021, um estudo publicado na revista Communications Earth and Environment revelou que o espectro do Kamo’oalewa diferia dos asteroides previamente estudados. Ao buscar por semelhanças, os cientistas estabeleceram uma relação entre sua aparência e as rochas encontradas na superfície lunar.
A teoria resultante sugere que, após a Lua colidir com um meteorito, o asteroide foi ejetado de sua superfície. Esse tipo de impacto não é incomum e frequentemente resulta na liberação de fragmentos no espaço. Muitos deles, inclusive, retornam à Lua ou se convertem em meteoros que colidem com a Terra.
Um novo estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia, EUA, e também publicado na mesma revista, examina a probabilidade envolvida nesse fenômeno, oferecendo uma visão sobre como isso pode ocorrer.
A simulação numérica proposta sugere que havia uma probabilidade de 6,6% de o fenômeno resultar em um estado co-orbital e apenas 0,8% de chance de se tornar um quase-satélite. Mesmo assim, foi isso que aconteceu.
Comprovar que se trata de um fragmento da Lua não apenas confirma que sua existência desafia as probabilidades mais remotas, uma vez que orbita o Sol, mas também oferece a oportunidade de determinar a idade do Kamo’oalewa.
Para Aaron Rosengren, um dos principais autores do artigo, “os elementos deste corpo celeste podem nos fornecer informações cruciais sobre a formação da lua e enriquecer nosso entendimento sobre asteroides em proximidade com nosso planeta.”
É importante lembrar que o estudo de quase-satélites desempenha um papel crucial na mitigação dos riscos de colisões com a Terra, especialmente em cenários onde escapam de suas órbitas, algo que pode ocorrer em determinadas janelas de tempo.
Este artigo foi reescrito para fornecer uma narrativa mais fluida e coerente. Se houver mais alguma alteração desejada, por favor, me avise.
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