Apesar dos avanços significativos nas conquistas das mulheres em relação ao direito de voto, acesso à educação, oportunidades de trabalho e autonomia reprodutiva, a desigualdade de gênero persiste na sociedade. Um novo estudo destaca como essa desigualdade se manifesta em eventos que requerem maior participação, como palestras, sessões de perguntas e discussões em seminários universitários.
Publicado na Revista Plos ONE em 2018, o estudo revelou que, mesmo em ambientes com equilíbrio entre homens e mulheres na audiência, as mulheres têm uma probabilidade significativamente menor de fazer perguntas ou participar ativamente. Mas o que está por trás dessa disparidade na participação feminina?
O estudo examinou 247 seminários realizados em 10 países e coletou respostas sobre a participação e as perguntas feitas pelo público. Os resultados revelaram que, em muitos casos, homens e mulheres tinham motivações semelhantes para fazer perguntas, como interesse no tópico e busca de esclarecimento. No entanto, quando se tratava de questionar devido à detecção de um erro, as mulheres relatavam menos essa motivação.
Usando um conjunto abrangente de dados, os pesquisadores desenvolveram um modelo para estimar a participação feminina em diferentes cenários. Por exemplo, o modelo previu que havia 33% de chance de uma pergunta ser feita por uma mulher em um seminário. No entanto, se um homem fosse o primeiro a fazer uma pergunta, a probabilidade de uma mulher perguntar diminuía para 27%.
Além disso, a duração da sessão de perguntas afetava a probabilidade de uma mulher fazer uma pergunta. Observações adicionais mostraram que os homens tinham uma probabilidade 2,5 vezes maior de fazer perguntas em comparação com as mulheres.
O estudo também identificou fatores internos que inibiam a participação das mulheres, como o medo de entender algo errado. Para os homens, a falta de tempo era o principal motivo para não fazer perguntas.
O estudo ressaltou que a falta de modelos femininos em posições de destaque, a menor visibilidade e a ausência de incentivos são fatores que impactam negativamente a participação das mulheres. Para abordar essa disparidade, é crucial promover a visibilidade das mulheres em diversos contextos e implementar mudanças na cultura organizacional, seja em universidades ou empresas, para criar ambientes mais inclusivos.
Embora não exista uma solução única para resolver essa questão, ouvir mais as mulheres e adotar novas abordagens são passos importantes para promover a igualdade de gênero na participação em eventos acadêmicos e profissionais.
Este artigo foi reescrito para fornecer uma narrativa mais fluida e coesa. Se você desejar fazer mais alterações, por favor, me avise.