Enquanto o apocalipse e seus vários cenários assombram nossos pensamentos, há também especulações sobre o que acontecerá com a vida na Terra caso os humanos desapareçam completamente. Essa questão, cada vez mais relevante com a evidência das mudanças climáticas, levanta a possibilidade de outra espécie assumir o protagonismo em nosso lugar.
A era do Homo sapiens é notável, marcada por evoluções constantes desde o desenvolvimento do fogo e da agricultura até a revolução tecnológica em curso. No entanto, do ponto de vista geológico, o domínio humano representa apenas uma pequena fatia de tempo.
Refletindo sobre o passado, a atmosfera primitiva formou-se há cerca de quatro bilhões de anos. Entre um e dois bilhões de anos atrás, houve uma explosão de colônias celulares. Há 540 milhões de anos, a vida tomou novas formas, com espécies surgindo e desaparecendo em meio a eventos de extinção em massa.
O famoso evento de extinção dos dinossauros, há 65 milhões de anos, é conhecido, mas há indícios de eventos catastróficos anteriores, como uma erupção vulcânica que dizimou 80% das espécies há 250 milhões de anos. Os humanos, por sua vez, surgiram apenas há 180 mil anos.
Diante do eventual desaparecimento humano, surgem cenários variados. Alguns seres apresentam uma notável capacidade de adaptação e proliferação. Considerando isso, animais com necessidades semelhantes às dos humanos podem enfrentar dificuldades nesse novo cenário.
Os insetos, existentes há pelo menos 480 milhões de anos, com suas colônias altamente organizadas, são candidatos a ocupar esse vácuo. Da mesma forma, os fungos, abundantemente presentes, também são fortes candidatos a dominar o mundo.
Porém, se olharmos em uma escala mais ampla, as bactérias se destacam. Presentes na Terra há quatro bilhões de anos, desempenharam um papel crucial na formação da atmosfera. Resistentes aos antibióticos e adaptáveis a ambientes extremos, sua posição de dominância persiste mesmo sem a presença humana.
Por outro lado, primatas e animais suscetíveis às mudanças climáticas ou com inteligência elevada, como os polvos, podem não ser candidatos viáveis para dominar o planeta.
Enquanto especulamos sobre o futuro pós-humanidade, a incerteza persiste. Não sabemos se conseguiremos resolver os problemas ambientais que, em grande parte, foram causados por nós mesmos. No final, a imprevisibilidade continua sendo a única certeza. Em meio a tudo isso, mutações aleatórias e eventos raros podem desempenhar um papel mais decisivo do que imaginamos.