A expressão “memórias nojentas” sugere experiências desagradáveis ou repugnantes que deixam uma marca duradoura na mente de alguém. Enquanto o olfato e o paladar são poderosos meios de evocar lembranças, não há evidências científicas definitivas que sugiram que memórias desagradáveis tenham necessariamente cheiros ou gostos mais marcantes do que outras memórias.

No entanto, é comum que experiências negativas estejam associadas a odores ou sabores específicos, devido ao modo como o cérebro processa as informações sensoriais e as conecta às emoções. Por exemplo, uma pessoa que ficou doente após comer um determinado alimento pode associar esse sabor a uma experiência negativa e sentir náuseas só de pensar nele no futuro.

Essa ligação entre memórias desagradáveis e estímulos sensoriais pode ser explicada pela forma como o cérebro armazena e recupera informações. O sistema límbico, responsável pelas emoções e memórias, está intimamente ligado ao processamento sensorial, o que significa que estímulos como cheiros e gostos podem evocar memórias emocionais de forma poderosa.

No entanto, é importante ressaltar que a intensidade do cheiro ou do gosto associado a uma memória desagradável pode variar de pessoa para pessoa, e nem todas as memórias negativas estarão necessariamente ligadas a estímulos sensoriais específicos.

Por que achamos as coisas nojentas?

A aversão a coisas nojentas é um instinto evolutivo que provavelmente evoluiu como uma forma de proteção contra substâncias ou situações que podem representar um risco para nossa saúde ou segurança. Existem várias teorias sobre por que achamos as coisas nojentas:

1. **Adaptação Evolutiva**: A aversão a coisas nojentas pode ter evoluído como um mecanismo para evitar a ingestão de alimentos contaminados ou tóxicos que poderiam causar doenças ou intoxicação. Isso está relacionado à teoria da evolução proposta por Charles Darwin, na qual os organismos que desenvolvem mecanismos para evitar substâncias nocivas têm uma maior probabilidade de sobreviver e se reproduzir.

2. **Risco de Contaminação**: Muitos dos objetos e substâncias que consideramos nojentos estão associados a riscos de contaminação por bactérias, vírus, fungos ou parasitas. A repulsa a esses itens pode ser uma maneira de evitar a exposição a agentes patogênicos que podem causar doenças.

3. **Condicionamento Cultural e Social**: Em muitos casos, nossa aversão a certas coisas nojentas é moldada pela cultura e pela sociedade em que vivemos. Por exemplo, o que é considerado nojento em uma cultura pode ser aceitável ou até mesmo considerado uma iguaria em outra cultura.

4. **Instintos de Asseio e Higiene**: A aversão a coisas nojentas também pode estar ligada aos instintos de asseio e higiene, que são importantes para a manutenção da saúde e prevenção de doenças. Evitar objetos ou substâncias que pareçam sujas ou contaminadas pode ser uma forma de proteger nosso bem-estar físico.

5. **Experiências Pessoais**: Experiências individuais também desempenham um papel importante em determinar o que consideramos nojento. Por exemplo, uma pessoa pode desenvolver aversão a certos alimentos depois de experimentar uma intoxicação alimentar, mesmo que outros não tenham essa mesma aversão.

Em resumo, a aversão a coisas nojentas é um traço humano complexo que combina influências evolutivas, sociais, culturais e individuais. Essa aversão desempenha um papel importante na proteção da saúde e do bem-estar humano, ajudando-nos a evitar substâncias ou situações que possam representar um risco para nossa sobrevivência.