A geração que conheceu as lan houses pode dizer que já viveu perigosamente. É mãe indo buscar, briga por roubo (ou “hack”) de conta de jogo (geralmente contas de MMORPG’s como Mu Online, Diablo e Tibia), molecada saindo na mão depois de perder partida, juntar moedas e mesada só pra fazer o Corujão (plano no qual o cliente literalmente madrugava na lan por um preço mais camarada), galera pegando a “horinha de graça” no dia do próprio aniversário e por aí vai… Frequentar uma lan house era mais que frequentar um ambiente para jogos, era um evento.
Um dos jogos que marcaram esta época é, sem sombra de dúvidas, Counter-Strike. Quantos mouses, teclados e fones de ouvido já foram sacrificados em prol da fúria de jogadores que perderam uma partida? É um número quase tão difícil de se determinar quanto o número de estrelas no universo.
Mas este clássico do FPS (First-Person-Shooter, os jogos de tiro em visão de primeira pessoa) continua firme e forte, agora mais moderno. Counter-Strike: Global Offensive criou o sistema de patentes que divide os jogadores conforme seu nível de habilidades no jogo, ou seja, a probabilidade de você jogar contra seu primo apelão diminuiu drasticamente (apesar de ainda existirem os Smurfs, pessoas que têm outra conta em maior patente, porém usam uma conta iniciante).
Um dos mapas mais jogados no momento é o mapa Dust 2. Lembro que nos tempos do CS 1.5/1.6 era Aztec, porém este ficou com o visual bem diferente no Global Offensive, com a visão bem dificultada, cheia de musgos e plantas. Dust 2, por sua vez, é um mapa mais aberto e bem iluminado, mais fácil de ser jogado.
Não dá pra esquecer estas frases…
Quem joga Counter-Strike só de ouvir a palavra “dust“, mesmo fora de contexto, sempre vai relembrar toda sua jogatina, independente do lugar ou situação que estiver. Alguns dos acontecimentos e frases recorrentes que não dá pra esquecer são estes:
- “- Rush B!”: Clássica do time Terrorista. Invadir o local B de plantar a bomba (ou “bomb site B”);
- “- ‘Banga’ e já entra!”: Os gamers brasileiros costumam muito “abrasileirar” termos estrangeiros. No caso, “bangar” significa jogar uma Flashbang no adversário, tipo de granada que causa cegueira temporária;
- “- Pô, não dá TK não!”: No modo competitivo, existe o Friendly-Fire (“fogo-amigo”, grosso modo), que é simplesmente tirar dano dos parceiros de equipe quando se acerta um tiro, granada ou facada neles (“TK” vem de TeamKill, ou “Morte pela própria equipe”, em tradução livre), função que é desabilitada em alguns modos. Mas sempre tem aquele sem noção do time que esbarra “SEM QUERER” no click perto de você, né… aliás, grande motivo de brigas entre a molecada no jogo;
- Partes do mapa como “Varanda“ (perto do bomb site A), “escuro“ (esconderijo antes do bomb site B), “fundo“ (corredor longo que segue para o bomb site A), “casinha“ (antes de “fundo”), e assim por diante;
- “- ‘Smoka’ meio!”: Dependendo da equipe, jogar uma Smoke grenade (granada de fumaça) em pontos estratégicos pode ser um adianto e tanto, pois dificulta bastante a visão do adversário.
Enfim, apesar dos sofrimentos e perdas, Counter-Strike continua um jogo bem divertido. Eu sou um jogador abaixo de mediano, honestamente dizendo, mas sempre que tenho um tempinho de sobra, entro pra exercitar um pouco os reflexos e minha paciência, seja pra lidar com o parceiro Prata I do time, ou pra lidar com minha própria lentidão de movimentos em frente ao inimigo, hehe. Boa jogatina!