Hoje andar de carro é praticamente rotina e isso consequentemente acaba poluindo nosso querido mundo. Entre os combustíveis existentes, o mais poluente é o Diesel que é responsável por liberar na atmosfera uma grande quantidade de gases poluentes responsáveis pelo efeito estufa. Há uns anos uma polêmica envolvendo o Diesel e uma das maiores fabricantes de automóveis do mundo veio a público. Caso você não saiba, os norte-americanos se preocupam muito com o ar e já faz alguns anos que o governo americano impôs limites para quanto cada carro pode emitir de gás poluente, porém em 2009 a Volkswagen criou um motor do tipo EA 189 movido a diesel que, segundo eles, não liberavam tanto gás poluente como o monóxido de carbono, óxido de nitrogênio e o enxofre, que inclusive prejudicam MUITO a nossa saúde.
Antes de um carro ser lançado, ele passa por alguns testes para que assim o órgão americano saiba se ele pode ou não ser vendido em território estadunidense, esses testes eram feitos em laboratórios por meio de dinamômetros. Para quem não sabe, o teste feito por meio do dinamômetro funciona da seguinte forma: O carro é colocado dentro de uma sala, em cima de uma plataforma, e é amarrado, depois disso, é acelerado até o máximo e todo o rendimento do carro é coletado por um computador. Todos os carros da Volkswagen que possuíam esse motor foram submetidos a esse teste e adivinha? TODOS os carros passaram, ou seja, a Volkswagen realmente teria conseguido fazer um carro a diesel que não fosse poluente e isso acabou chocando MUITAS pessoas.
Após alguns anos no mercado fazendo um enorme sucesso com seus carros, algumas ONGs começaram a estudar esses carros para tentar entender como a Volkswagen teria conseguido uma proeza tão grande como essa, além do mais, nenhuma outra fabricante de carros tinha conseguido tal feito. Ter esse diesel limpo era quase a mesma coisa que ter a receita do Hambúrguer de siri. Após algum tempo estudando os carros, eles perceberam que quando o veiculo era submetido a testes em laboratório (Nos dinamômetros) o motor quase não poluía nada, porém, quando o teste era em movimento, ou seja, em ruas, podia-se notar que os carros chegavam a poluir 80 vezes mais do que o limite permitido, ou seja, a Volkswagen que estava sendo considerada a fabricante que menos poluía na verdade era a que mais contaminava o ar.
Em 2014, o governo dos Estados Unidos chegou a ser alertado, porém a Volkswagen negou alegando que os estudos eram falhos e culpou questões técnicas para os resultados. Na época, a empresa disse que faria a troca de peças que poderiam ter causado tal problema, conhecido como Recall, porém quando o cliente levava o carro até a fabricante eles só atualizavam o software. Mesmo a fabricante negando, o conselho de emissões da Califórnia e a agência de Proteção Ambiental, que foram alertadas, começaram a investigar o porquê de tamanha diferença entre os resultados.
No ano de 2015 a EPA, agência de Proteção Ambiental, acabou descobrindo um software instalado na central eletrônica dos carros da Volkswagen que tinha a função de alterar as emissões de poluentes nesses veículos apenas quando fossem submetidos a vistorias. O software rastreava a posição do volante, a velocidade do veículo, há quanto tempo está ligado e a pressão barométrica, baixando deste modo os poluentes emitidos quando reconhece uma condição de teste. Em condições normais, ou seja, quando estivesse em estrada, os controles do escape são desligados e os carros poluem muito mais do que o permitido.
Em setembro de 2015 a Volkswagen é acusada pelo governo dos Estados Unidos por burlar os dados de emissões de gases poluentes a fim de atender à regulamentação do país e acaba abrindo um processo criminal. Segundo informações, 482 mil veículos com motores a diesel violam os padrões federais, entre eles Jetta, Beetle (chamado de Fusca no Brasil), Golf, Passat e o Audi A3 – da marca que pertence ao grupo Volkswagen. Vale lembrar que todos esses veículos foram fabricados entre 2009 e 2015.
Alguns dias depois da acusação, a Volkswagen veio a público pedir desculpar pelo erro. Segundo o presidente-executivo da fabricante, nos EUA, Michael Horn:
“Pessoalmente e profundamente, lamento muito que tenhamos quebrado a confiança de nossos clientes e do público. A Volkswagen não tolera nenhuma violação, nem de leis, nem de normas”
Um dia após o pronunciamento, o presidente da Volkswagen comenta o escândalo: “Ferramos Tudo. Nossa empresa foi desonesta” durante o lançamento do novo Passat, em Nova York. Além da Volkswagen, carros da BMW e Mercedes também foram pegos no teste. Após isso, órgãos regulamentadores foram até a Alemanha e fizeram testes em quase todos os carros onde impressionantemente TODOS estavam poluindo absurdamente, ou seja, todas as empresas alemãs estavam burlando o sistema. O governo alemão nunca contestou tal feito, já que aquilo era utilizado para proteger o motor, segundo as fabricantes de carros. Vale lembrar que um dispositivo manipulador só pode ser usado para algumas coisas, dentre elas: Para casos em que mudanças na calibração são permitidas e para a proteção do motor.
No fim, a Volkswagem acabou sendo condenada por manipular as emissões de gases poluentes de seus veículos por meio de um software, a empresa chegou a um acordo com as autoridades para pagar US$ 25 bilhões em multas e compensações pelos danos causados. A Volkswagem também recomprou de seus clientes os carros pelo valor vendido. Mais de 300 mil veículos estão guardados em um deserto próximo a Victorville, na Califórnia. O presidente da Volkswagen também teve que admitir que sua empresa fraudou os testes, caso contrário, a partir de 2016 seus veículos não poderiam ser vendidos em território norte-americano.
O caso ficou conhecido na mídia como Dieselgate, referência ao Watergate, grande escândalo da história política dos Estados Unidos. O que achou? Comente logo abaixo 😀