Em um nível básico, a função do maestro é bastante simples: ele é o grande responsável por manter uma orquestra ou um coro no tempo e compasso correto, mas esse é apenas o ponto de partida. Mais importante ainda, um maestro serve como um mensageiro para o compositor. É responsabilidade dele entender a música e transmiti-la através de gestos de forma transparente para que os músicos da orquestra a compreendam perfeitamente. Esses profissionais ajudam os músicos a reproduzirem uma versão única da música para o público.
Os maestros geralmente usam um leve bastão de madeira chamado de batuta para conduzir a música. As batutas são utilizadas há muito tempo, mas costumam “entrar e sair de moda” recorrentemente. Nos tempos medievais e renascentistas, a maioria dos pequenos grupos de músicos apenas ouviam um ao outro e se apresentavam sem um maestro.
Mais tarde, à medida em que mais instrumentos eram inventados e as orquestras cresciam em tamanho, foi necessário o uso de uma grande equipe, na qual os líderes batiam no chão com um grande bastão (o precursor da Batuta) para marcar o tempo musical. Isso era bastante eficaz, pois os músicos conseguiam ouvir a marcação e, consequentemente, ficar dentro do compasso, mas esse tipo de regência viria a ser responsável por uma morte trágica e bizarra anos mais tarde.
Em 8 de janeiro de 1687, o compositor italiano naturalizado francês, Jean-Baptiste de Lully, estava regendo um hino cristão em uma apresentação em homenagem ao Rei Luís XIV, recém-recuperado de uma doença. Ao bater com o bastão no chão em determinada parte da composição, Lully acabou atingindo o próprio pé, causando uma infecção. A ferida evoluiu para uma gangrena, chegando ao ponto de ser necessária a amputação de seu pé. Lully, no entanto, recusou-se a fazer a cirurgia e acabou falecendo em decorrência da doença em 22 de março de 1687.
Foi por causa desse triste episódio que as pessoas começaram a procurar outras maneiras de conduzir uma música. Hoje em dia, os maestros usam a batuta ou apenas suas mãos. Há padrões e gestos definidos que servem para representar os principais recursos da música como pausas, por exemplo. Mas como os músicos já possuem esses recursos escritos em suas partituras, esse acaba não sendo o papel principal do maestro, que costuma focar no compasso da obra e na altura do som dos instrumentos.
Então, da próxima vez que você ver um maestro em ação, lembre-se que o trabalho dele é muito mais complexo do que apenas balançar os braços em várias direções.
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