Nosso mundo é composto de várias formas geométricas diferentes, afinal, você pode encontrar um quadrado, retângulo, esfera ou prisma em praticamente qualquer lugar onde esteja. Só que às vezes essas formas não se encaixam perfeitamente no tabuleiro do “jogo da natureza”, pois você pode precisar de formas mais “incomuns”, como um lindo escutoide! Nunca ouviu falar disso? Então continue lendo esse post para entender melhor essa história.
Essa forma geométrica está presente nas células epiteliais, que revestem a maior parte das superfícies do corpo dos animais, incluindo a pele, vasos sanguíneos e outros órgãos. Esta forma faz com que as células se adaptem mais facilmente às superfícies de vários tecidos, sejam eles curvos, flexíveis ou totalmente irregulares.
As células epiteliais são tipicamente descritas em livros de biologia como colunares ou tendo algum tipo de forma de prisma, mas ao usar técnicas de modelagem computacional, um grupo de cientistas descobriu que essas células podem tomar uma nova forma (antes não reconhecida pela matemática) quando precisam se agrupar para formar as partes curvadas dos órgãos. Os cientistas decidiram chamar a nova forma geométrica de “escutoide”, que deriva de “escutelo”, nome dado a uma parte em forma de triângulo localizada no tórax de alguns besouros. O escutoide lembra um prisma dobrado com cinco lados ligeiramente inclinados e um canto cortado.
Os cientistas acreditam que a adoção dessa forma pelas células tem a ver com uma maior eficiência energética na composição e manutenção dos tecidos celulares. Isso é muito importante, pois as células epiteliais são conhecidas pelas constantes alterações morfológicas que sofrem durante o desenvolvimento de órgãos complexos. Assim como todas as ações que um ser vivo desempenha, essas mudanças de forma contam com um certo custo energético, mas a adoção da forma escutoide pelas células promove um gasto de energia bem menor e mais estabilidade para o tecido.
Os descobridores do escutoide não esperam que a nova forma geométrica alcance grande popularidade em meio ao grande público. Na verdade, eles querem utilizá-lo apenas no ambiente laboratorial, mais especificamente na criação de órgãos artificiais, pois essa nova forma fornece aos engenheiros uma maior quantidade de modelos que podem ser usados no desenvolvimento de novos tecidos.
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