A morte é um dos momentos mais dolorosos para os seres humanos: seja a morte de um animal de estimação, de um amigo, de um parente ou de uma personalidade conhecida. O fim da vida de alguém é uma coisa que sempre faz com que todos nós paremos para pensar que existe um prazo de validade para o corpo dos seres humanos e que por mais que a vida seja produtiva e bela em certos períodos, em outros, temos uma grande limitação em comum: a morte.
Mas, a grande dúvida é o que acontece depois disso, o que uma pessoa morta vê? O que acontece com a sua consciência? Se engana quem pensa que essa pergunta não tem resposta. Na verdade, algumas pessoas que já passaram por uma experiência de quase morte (que é quando o coração, respiração e cérebro param de funcionar) deram seus depoimentos sobre o que viram nesse momento em que estavam inconscientes e seus órgãos vitais não estavam funcionando.
Um caso é de Gordon Allen, um homem que foi dado como morto em 1993. Ele estava a caminho da UTI quando sofreu uma parada cardíaca: seu sangue havia deixado de fluir, sua respiração havia parado, assim como o seu cérebro não dava mais sinais de funcionamento. De acordo com o empresário, ele se sentiu saindo do corpo, fazendo uma viagem sem dores, somente leveza. “Vi cores maravilhosas que não existem na terra”, disse o homem sobre a sua experiência. Os médicos conseguiram fazer com que ele ressuscitasse com os choques do desfibrilador elétrico.
Segundo a coordenadora do Laboratório dos Estudos sobre a Morte da USP, Maria Júlia Kóvacs, existe uma grande e incrível semelhança nos relatos de quem passou por uma experiência de quase morte. Segundo ela, entre as mais comuns histórias estão aqueles que contam terem visto um túnel ou a imagem de Deus. A sensação de estar fora do corpo e o encontro com parentes mortos também é algo comum entre as pessoas que são dadas como mortas e são ressuscitadas pelos médicos.
A ciência leva essas histórias como alucinações causadas pela falta de oxigênio no cérebro. Um estudo feito em 2010 pela Universidade George Washington com sete pacientes terminais mostrou que o cérebro dessas pessoas no momento da morte passam por uma atividade fora do normal. Segundo o estudo, os neurônios começam a morrer e deixam de reter sua carga elétrica: isso descarregaria uma sequência anormal de imagens e ideias que causariam as alucinações.
Mesmo com toda a explicação dada pelos cientistas, ainda há algo que não se sabe ao certo porque acontece: durante o período inconsciente, alguns pacientes dizem ter visto coisas impossíveis de eles saberem, como ter se encontrado com um parente que ninguém sabia que tinha morrido (como o caso de um paciente que contou te visto um tio que morreu momentos antes de sua internação), outras pessoas contam o que aconteceu na sala do hospital durante o momento que estavam sem batimentos. Cientificamente, é impossível que alguém esteja consciente sem atividade cerebral, então, essa é uma questão ainda sem resposta.
Segundo o médico holandês Pim van Lommel, existe uma explicação para isso, ele afirma que a consciência “é eterna”. A morte, de acordo com Lommel, seria uma passagem de um estado de consciência para outro. Os estudos feitos pelo médico holandês em 344 sobreviventes de paradas cardíacas o fez concluir que existiu um aumento de consciência em suas atividades cerebrais, o que concluiria que a consciência não reside no cérebro, não estaria “limitada” a ele.
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