Os antigos romanos usavam uma variedade de métodos totalmente sádicos para executar os condenados à morte por certos crimes, como estupros, assassinatos, adultérios, calúnias e traição. Os métodos mais utilizados envolviam jogar os condenados em um buraco para serem devorados por animais selvagens, enterra-los vivos ou crucificá-los para que eles morressem de uma forma humilhante. Mas também existia um método de execução muito específico que era reservado para os traidores de Roma, onde eles eram jogados de um alto penhasco que ficou conhecido como Rocha Tarpeia.
O penhasco localizado no cume sul do Monte Capitolino e com vista para o Fórum Romano da Roma Antiga era o local ideal para os atos bárbaros. A origem do nome Rocha Tarpeia gera controvérsias até hoje. Uma das histórias mais famosas conta que ela recebeu esse nome por causa de uma famosa traidora que tentou oferecer Roma aos inimigos do reino em troca de ouro, mas que acabou sendo morta pelos próprios inimigos dos romanos. O nome da traidora era Tarpeia, filha de Spurius Tarpeius, o comandante encarregado das defesas do Capitólio.
De acordo com uma versão da lenda, Tarpeia se aproximou do rei dos sabinos, Tito Tácio, quando este atacou Roma no século 8 aC. Tarpeia se ofereceu para abrir os portões da cidadela em troca das pulseiras de ouro que os sabinos usavam em seus braços. Algumas versões apontam que teria sido próprio rei dos sabinos que, percebendo a ganância em seus olhos, subornou-a para abrir os portões da cidadela. Depois que Tarpeia permitiu que os guerreiros sabinos passassem pela cidade, em vez de banhá-la com ouro, os sabinos a atingiram com seus escudos e a esmagaram até a morte. Ou seja, aparentemente até os sabinos repudiaram a sua traição e decidiram puni-la por trair seu próprio povo.
A lenda diz que o corpo de Tarpeia estava enterrado sob o penhasco que leva o seu nome, sendo que durante séculos séculos depois do acontecimento, todos os traidores notórios acabaram sendo lançados da Rocha Tarpeia, um destino considerado pior do que as mortes “comuns”, pois essa carregava o estigma da vergonha.
As execuções na Rocha Tarpeia continuaram até o primeiro século CE, quando foi proibida por lei. Atualmente, a Rocha Tarpeia ainda costuma receber a visita de muitos turistas, mas o governo italiano tem recebido críticas contantes por causa do acesso relativamente complicado para se chegar ao local, além de não contar com praticamente nenhum atrativo turístico nos arredores.
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