Graças ao humilde palito de dentes, cuidar da nossa higiene bucal após as refeições tornou-se um verdadeiro hábito. Com uma precisão semelhante à de uma agulha, essa invenção transformou a remoção de pedaços impróprios de restos de comida (como aquela teimosa fatia de frango desfiado) em uma tarefa completamente satisfatória. Mas afinal, quem foi o responsável pela sua criação?
O palito de dentes é uma das poucas invenções ainda usadas nos dias atuais que possuem origens mais antigas que a própria chegada dos humanos modernos. Evidências fósseis de crânios antigos, por exemplo, sugerem que os neandertais primitivos usavam ferramentas para “palitar” seus dentes. Essa prática também não era incomum entre as primeiras civilizações. Os mesopotâmios costumavam usar instrumentos feitos de prata, bronze e vários outros metais preciosos para manter as fendas dentárias limpas dos restos de alimentos. Inclusive, no período medieval, carregar um palito de dentes feito de ouro ou de prata em um estojo sofisticado tornou-se uma forma encontrada pelos europeus privilegiados de se distinguirem dos plebeus.
Enquanto isso, aqueles que não podiam pagar tais luxos acabaram recorrendo a formas mais criativas de fabricar uma versão própria do palito de dentes. Os romanos desenvolveram um método particularmente inteligente de puxar as penas das aves e afiar as suas pontas. Curiosamente, a madeira era geralmente considerada inadequada para desalojar pedaços de comida presos nos dentes, pelo menos os feitos com galhos de árvores, pois eles tendiam a se desgastar quando molhados e tinham uma maior propensão a se fragmentar, o que obviamente era um problema.
Em 1860, o empresário americano Charles Forster ficou particularmente impressionado com a alta qualidade dos palitos de dentes encontrados na América do Sul, especialmente no Brasil, onde ele trabalhava na época. Esses palitos eram feitos por moradores que extraiam a matéria prima diretamente do interior do tronco das árvores, ao contrário dos galhos usados na antiguidade. A partir daí, ele decidiu fabricar o produto em larga escala ao usar uma máquina adaptada que permitia que blocos de madeira fossem cortados em palitos de dente. Ele abriu a sua fábrica no estado americano do Maine, que já chegou a corresponder por 90% da produção de palitos de dentes de todo os Estados Unidos.
No entanto, a primeira máquina para fabricação de palitos de dente só foi patenteada em 20 de fevereiro de 1872 por Silas Noble e JP Cooley, de Granville, Massachusetts. Essa invenção abriu espaço para a produção dos palitos em larga escala por todo o mundo, de modo que milhões de palitos são fabricados diariamente em todos os continentes.
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