Em nossa sociedade, o avanço dos estudos foi priorizado aos homens, infelizmente. Foram eles os primeiros a chegar as universidades e a conquistar os diplomas em uma época onde as mulheres eram proibidas e repreendidas por ter este desejo. Pensando nisso, hoje decidi descobrir quem foi a primeira mulher a conquistar o diploma de medicina em todo o mundo e vim contar esta história para vocês. Espero que gostem!
Seu nome era Elizabeth Blackwell, ela nasceu em Bristol, Gloucestershire (Reino Unido) em 3 de fevereiro de 1821 e era filha de Samuel Blackwell e Hannah Blackwell. Eles tinham também outras duas filhas mais velhas, Anna e Marian, e seis filhos mais novos, Samuel, Henry, Emily, Sarah Ellen, John e George. Quando Elizabeth ainda era jovem, toda a família se mudou para outra parte de Bristol onde a pequena pode ter uma infância feliz. Seu pai era bastante liberal com suas crenças tanto religiosas quanto ideológicas.
Ele não batia em seus filhos, ao invés disso fazia uma espécie de caderno negro onde anotava as más ações para que as mesmas não se repetissem no futuro. Ele também permitia que todos os seus filhos, sendo homens ou mulheres, tivessem os mesmos direitos e oportunidades desde a educação até o desenvolvimento de talentos e aptidões. Eles não frequentaram a escola regular, tinham uma governanta e tutores que os ensinavam em casa. Mais tarde, em 1831, toda a família emigrou para Cincinnati (EUA) em função da decadência de sua situação financeira. Em função da necessidade, Marian e Elizabeth decidiram fundar uma escola chamada The Cincinnati English and French Academy for Young Ladies para ensinar as crianças as disciplinas que eram necessárias na época.
Não possuía nenhuma metodologia inovadora e servia apenas para prover renda a família. Neste tempo sua irmã Anna se converteu a igreja episcopal e convenceu Elizabeth a fazer o mesmo. A jovem acabou se tornando muito ativa na igreja St. Paul após sua conversão em dezembro de 1838, porém após a chegada de William Henry Channing em 1839 as coisas mudaram. Ele era um ministro de muito carisma que era unitarista que introduziu suas ideias e levou Elizabeth a também frequentar a Igreja Unitarista.
Porém, a comunidade de Cincinnati via a crença da jovem com preconceito e a escola a pouco aberta acabou perdendo muitos alunos. Em 1842 as irmãs Blackwell tiveram que dar aulas particulares e após a morte de seu pai, as duas decidiram que iriam se envolver com práticas médicas. Foi então que Elizabeth mergulhou no mundo da medicina e em 11 de janeiro de 1849 foi a primeira mulher a receber um doutorado nos Estado Unidos.
Então, mudou-se para Paris onde trabalhou por anos na maternidade, foi lá que ao tratar de uma criança, acabou contaminada por uma secreção e ficou cega. Anos depois, foi a Inglaterra e conheceu a revolucionária enfermeira Florence Nightingale que abriu seus olhos para uma nova realidade. Foi quando Elizabeth voltou aos Estados Unidos e fundou com sua irmã uma escola para ensinar enfermagem a mulheres. Após a guerra, ela fundou em 1868 a Universidade Médica da Mulher e no ano seguinte tornou-se professora de ginecologia na Inglaterra até se aposentar em 1907. Infelizmente, ela faleceu em 31 de maio de 1910 após sofrer um AVC que a deixou paralisada. Ela foi cremada e suas cinzas enterradas no cemitério da Igreja de St. Munn, em Kilmun.
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