Existem várias formas de governo pelas quais as instituições políticas se organizam a fim de exercer o seu poder sobre as leis de uma determinada sociedade. Entre todos esses sistemas de governo, existe a chamada “teocracia”, que apesar de ser relativamente desconhecida no mundo ocidental, ela desempenha o principal sistema de governo em alguns países do Oriente Médio. Que tal conhecer um pouco mais sobre esse assunto?
A teocracia é uma forma de governo na qual uma pessoa ou um grupo de pessoas governa em nome de uma divindade religiosa. Em uma teocracia, todas as leis e regulamentos do país se originam a partir das regras previamente estabelecidas por uma religião em particular. O livro sagrado de uma determinada religião é frequentemente tratado como uma mensagem divina e por isso é usado para formular as regras da sociedade. Os governantes, então, interpretam os versos do livro sagrado para fins políticos, alegando que estão obedecendo e impondo a vontade da divindade religiosa em questão.
A ideia por trás da teocracia remonta ao primeiro século dC, quando foi usada pela primeira vez para descrever o tipo de governo praticado pelos judeus. Naquela época, Flávio Josefo sugeriu que a maioria dos governos costumavam se enquadrar em uma das três categorias: monarquia, democracia ou oligarquia. A forma judaica de governo, no entanto, não poderia ser classificada em nenhuma delas, já o seu conjunto de leis havia supostamente sido definido por Moisés através das mensagens recebidas através de Deus. Essa definição de teocracia era comum até a Era do Iluminismo, quando o termo começou a assumir um significado relativamente negativo ao ser relacionado com ditaduras.
De fato, a maioria dos governos teocráticos atuais também são estruturados como uma espécie de monarquia ou ditadura. Além disso, as teocracias são semelhantes na questão de que, na prática, as pessoas com poder político servem primeiro ao deus de sua religião e depois aos cidadãos do país. Como mencionado anteriormente, esses indivíduos geralmente fazem parte do clero da religião e não são escolhidos pelo voto popular. Os futuros líderes geralmente obtêm suas posições por herança familiar ou são escolhidos pelos líderes anteriores. Na maioria dos casos, esses indivíduos mantêm seus cargos no governo sem limites de prazo.
Atualmente, existe um número considerável de teocracias islâmicas, como Afeganistão, Mauritânia, Iêmen, Irã e Somália, onde os ensinamentos islâmicos da “Sharia” são considerados lei. A Arábia Saudita é outro exemplo, chegando a ter uma espécie de “polícia religiosa” que garante o cumprimento entre os cidadãos. O Vaticano é o exemplo mais famoso de uma teocracia cristã, tendo o papa como chefe de Estado e os bispos como se fossem legisladores.
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