Que escalar o Monte Everest é um desafio, a gente já sabe. Porém, desde que o mesmo foi desbravado pela primeira vez em 1953, muitas pessoas já tentaram e conseguiram fazer o mesmo. Para você ter ideia, o número chega a quase 5 mil!
Entretanto, cerca de 300 pessoas faleceram tentando e dentre elas, pelo menos 200 de seus corpos ainda estão no monte, o tornando praticamente um cemitério de congelados a céu aberto. Com a neve, grande parte deles foram escondidos, porém em função do recente degelo do Everest, diversos destes estão reaparecendo.
“Nós recolhemos cadáveres de alguns montanhistas que morreram nos últimos anos, mas os muito antigos, que permaneceram enterrados, estão se revelando agora.” disse Ang Tshering Sherpa, vice-presidente da Associação de Alpinismo do Nepal.
A grande questão – e que gera mais sofrimento ainda para as famílias – é que retirar os corpos de lá é uma tarefa extremamente difícil e muito cara, custando até US$70 mil. Além disso, existem problemas políticos já que o Monte Everest está no Nepal e no Tibete, a província que vem tentando se tornar um estado independente da China. Outra informação extremamente curiosa é que muitos alpinistas quando perguntados sobre a situação dizem que se morressem tentando escalar o Monte Everest, prefeririam ser deixados lá para auxiliar os demais a se orientar. Inclusive, alguns corpos já são utilizados como pontos de referência – o que é bem macabro.
Além disso, a Associação de Alpinistas do Nepal acredita que é mais respeitoso deixar que as pessoas fiquem exatamente onde faleceram, assim fazendo parte de forma continua de sua última aventura e permanecendo na história do Monte Everest. Porém, como o gelo está degelando e começando a expor mais de 200 corpos, o governo começou a se preocupar. Os órgãos responsáveis estão começando a elaborar políticas para o destino desses corpos e o relógio está contra eles. Segundo uma pesquisa realizada em 2015, as geleiras do Everest estão derretendo em uma velocidade tão grande que de 70% a 99% delas poderão desaparecer até o final do século. Estipula-se que um número recorde de corpos irão aparecer na temporada de escalada deste ano.
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