Ota Benga nasceu no Estado Livre do Congo em 1883 e lá vivia com sua esposa e filhos até vê-los ser assassinados pela Force Publique, ele foi capturado e ficou nas mãos de comerciantes escravagistas em 1904 até que Samuel Philips Verner, um negociante e missionário contratado pela Louisiana Purchase Exposition negociou sua posse.

Foi com ele que Benga foi para os Estados Unidos onde foi utilizado em uma mostra antropológica e ficou dois anos em excursão, indo até mesmo à África ser exibido. Depois, foi preso em uma jaula de macacos do Zoológico do Bronx em uma mostra projetada com o objetivo de demonstrar conceitos da evolução humana e também do racismo científico. Na época a exibição foi noticiada pelo jornal St. Louis Republic em 1904 onde afirmava que Ota Benga era ‘a forma mais baixa de desenvolvimento humano’. Para você ter ideia do absurdo, em certa época Benga foi obrigado a carregar um orangotango pela jaula como se fosse seu filho.

Oto Benga

Neste período outro jornal noticiou que ‘Benga não é muito mais alto do que um orangotando. Suas cabeças são bastante similares e ambos sorriem da mesma forma quando estão satisfeitos’.

Finalmente, jornais afro-americanos de todo o país começaram a protestar contra o tratamento do pigmeu, inclusive o dr. R. S. MacArthur, grande porta-voz da delegação de igrejas negras, realizou um abaixo-assinado e o entregou ao prefeito exigindo a liberdade de Ota. No princípio, os protestos foram ignorados, entretanto depois de um tempo concordaram em libertar Ota Benga da jaula e o contrataram como faxineiro do Howard Colored Orphan Asylum no Brooklyn. Ao descobrir que não poderia voltar a sua terra natal conforme prometido, em 1916 Benga cometeu suicídio aos 32 anos.

Muito triste a forma como a humanidade se porta diante de tudo o que é diferente e desconhecido para si. Estou muito triste por Ota Benga…

🙁