Dado o fato de que os trajes de banho são bastante comuns nas praias em todo o mundo, muita gente acaba supondo que o biquíni foi simplesmente inventado e, logo em seguida, já caiu nas graças do público alcançando o seu “estrelato”. No entanto, esse não é exatamente o caso.
Não apenas as origens desse tipo de roupa podem ser rastreadas muito além do que muita gente pode imaginar, como também o caminho para o seu status atual sempre passou por várias alterações. Por isso, através da nossa lista a seguir, você poderá ficar por dentro de alguns dos fatos mais curiosos envolvendo a criação e o desenvolvimento dos biquínis. Confira!
5. Já existiam “biquínis” nos tempos antigos
Muita gente acredita que o biquíni foi inventado na França logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. No entanto, existem algumas evidências claras de que trajes semelhantes aos biquínis como os conhecemos já existiam muito antes disso. Por exemplo, em 5600 aC, artistas de um antigo povoado chamado Catalhoyuk (localizado na parte sul da Anatólia, hoje Turquia) já produziam obras que retratavam a deusa da cultura local usando um roupa que parecia muito com um biquíni.
Além disso, pinturas e urnas que remontam à Grécia antiga em 1400 aC mostram claramente mulheres vestidas com roupas de duas peças que podem ser consideradas as precursoras dos biquínis usados hoje em dia. Acredita-se que elas usavam esses trajes quando participavam de atividades esportivas.
Um outro “protótipo” do biquíni também pode ser rastreado na Roma antiga. A Villa Romana del Casale, na Sicília, contém uma obra de arte em mosaico chamada “Coroação do Vencedor”, que mostra mulheres em trajes muito idênticos ao biquíni de hoje. Essas mulheres aparecem na obra jogando handebol e outros esportes.
4. O biquíni já foi retratado até na literatura antiga
Além das evidências visuais, existe também uma série de referências a essas peças em toda a literatura antiga. Ovídio, um dos três principais poetas latinos, chegou a escrever sobre o suposto potencial das mulheres em esconder cartas de amor dentro de uma peça de vestimenta que ele descrevia como parecendo “uma faixa de pano usada ao redor a área dos seios”, o que certamente parece muito com a descrição de um biquíni.
Já Marcial, um outro poeta latino, chegou a incluir nos seus registros uma menção de uma prostituta chamada Chione que usava uma espécie de biquíni em uma casa de banho. Ironicamente, ela é retratada nesse relato como um exemplo de uma “mulher imodesta tentando esconder sua verdadeira natureza”, já que muitas prostitutas da época ficavam nuas ao visitar as casa de banhos.
3. A Segunda Guerra Mundial ajudou (e muito) a popularizá-lo, especialmente nos EUA
O biquíni como o conhecemos hoje não conseguiu alcançar uma grande aceitação nos EUA até a década de 1960. No entanto, o processo de popularização foi iniciado vinte anos antes, quando os biquínis mais modestos atingiram as praias nos Estados Unidos com uma pequena ajuda da Segunda Guerra Mundial.
Com os EUA em guerra em 1942 e precisando de uniformes para os 16 milhões de homens e mulheres que estavam lutando pela defesa do país, o Conselho de Produção de Guerra forçou os fabricantes de roupas civis a reduzir drasticamente a quantidade de tecido que usavam através da lei L-85. Obviamente, ela não se aplicava apenas àqueles que faziam roupas de banho, mas forçava esses fabricantes a encontrar uma solução inteligente para o problema. Por causa disso, eles criaram roupas de duas peças como forma de cumprir a lei L-85.
No ano seguinte, outras leis de racionamento de tecidos foram aprovadas, o que consequentemente fez com que os trajes de banho femininos se tornassem ainda mais curtos. A essa altura, os biquínis de duas peças já eram comuns em fotos publicitárias de atrizes de Hollywood como Rita Hayworth e Ava Gardner. O biquíni logo caiu nas graças de algumas mulheres, pois segundo elas essa peça de roupa era muito mais confortável durante os momentos de lazer.
2. O seu nome tem associações um tanto “obscuras”
O homem que é geralmente creditado como o criador do biquíni é Louis Reard, um engenheiro e designer da França que fez o grande lançamento de sua invenção em 5 de julho de 1946. Este período logo após a Segunda Guerra Mundial também ficou marcado por ser a época em que as bombas atômicas estavam sendo testadas por cientistas norte-americanos. O local escolhido para muitos desses testes mortais foi o Atol de Bikini, nas Ilhas Marshall.
O lançamento de Reard e seu “maiô polêmico” foi feito poucos dias depois de um desses testes de bombas nucleares. Claramente, toda essa questão estava rodeando sua mente, tanto que ele escolheu para nomear sua roupa fazendo uma óbvia alusão aos locais do teste.
Curiosamente, o nome que ele escolheu sugere que ele realmente não estava alheio aos acontecimentos no mundo, já que esse nome até que faz bastante sentido se a gente parar para pensar. Por exemplo, o lançamento do biquíni criou ondas de choque em todo o mundo, o que serve como uma boa analogia às explosões de bombas nucleares. Ou seja, no fim das contas, o nome “biquíni” talvez não tenha sido uma escolha tão estranha.
1. Existem vários tipos diferentes de “biquínis” nos dias de hoje
Foi necessário muito tempo para que o biquíni se tornasse socialmente aceitável, mas uma vez que isso finalmente aconteceu, essa peça passou a gerar múltiplas variantes do seu modelo original. Um dos primeiros foi o “biquíni de cordas”, que ficaria conhecido como “biquíni brasileiro” mundo afora. Acredita-se que ele tenha sido criado involuntariamente por Rose de Primallio, uma modelo brasileira, depois que ela vestiu um biquíni com uma quantidade mínima de tecido para para uma sessão de fotos.
Outra variação popular é o “monokini”, criado em meados dos anos 1960 por Rudi Gernreich, que inicialmente era um maiô com a metade inferior apertada e duas cordas finas que deixavam os seios de uma mulher expostos pela metade.
No entanto, poucas versões chegaram a atrair tantas atenções quanto o “burkini”, o polêmico biquíni que abrange todo o corpo da mulher e que foi projetado especificamente pelo australiano Aheda Zanetti para as mulheres muçulmanas usarem na praia. Esta roupa foi proibida em várias partes da França em 2016, embora a a proibição tenha sido anulada posteriormente através de recursos judiciais.
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