Os animais possuem muitos hábitos de higiene que os ajudam a mantê-los saudáveis e com uma boa aparência, especialmente quando o assunto é encontrar um(a) parceiro(a) em potencial. De certo modo, o mesmo pode ser dito dos humanos. Desde coisas como pentear o cabelo e tomar banho a raspar a pele seca dos pés e aparar as unhas, nós integramos a higiene em praticamente todos os aspectos da nossa aparência.
De fato, algumas pessoas gastam horas e uma boa grana fazendo as unhas todos os meses, deixando elas em boa forma e muito bem polidas. No entanto, a maioria das pessoas simplesmente corta as unhas com aparadores rudimentares que podem ser encontrados em quase todas as casas do mundo. Isso pode ser fruto do fato de que a manutenção das unhas costuma ser diferente entre homens e mulheres, embora o resultado final sempre seja deixá-las aparadas a um certo nível.
A questão é que, dezenas de milhares de anos atrás, os seres humanos já tinham unhas que cresciam rapidamente, mas não possuíam as ferramentas modernas que facilitam na hora do corte. Então, como eles mantinham as unhas bem aparadas? O que os primeiros humanos costumavam usar antes da invenção das tesouras e dos cortadores de unhas?
A curiosa história dos cortadores de unhas
Antes de voltarmos no tempo, vamos dar uma analisada rápida nos cortadores de unhas que temos nos dias de hoje. Geralmente, quando passamos a notar que uma unha está “beliscando” uma peça de roupa ou quando percebemos que as pontas dos dedos estão começando a apresentar um certo incômodo, existem algumas soluções óbvias que costumamos utilizar. A maioria das pessoas vai à gaveta do banheiro e encontra os cortadores de unhas, que geralmente vêm em duas formas: alicate e alavanca composta.
Como o nome do primeiro tipo sugere, esta pequena ferramenta de aço inoxidável se parece com um alicate, com duas alavancas de metal unidas em um ponto de apoio para criar um conjunto de “mandíbulas” que podem ser encaixadas com precisão sobre uma unha para apará-la. Já o tipo de alavanca composta é mais comumente visto e barato, apresentando uma alavanca manipulável que pode ser girada no lugar com uma extremidade de corte côncava.
Ambos os estilos de cortadores de unhas são altamente eficazes, mas só passaram a existir em meados do século XX. Ferramentas ainda mais rudimentares surgiram no final da década de 1870, mas antes desse ponto, a história dessa ferramenta de limpeza era bem mais obscura. Ao longo da história, a ferramenta de escolha era quase sempre uma pequena faca ou uma lâmina. Curiosamente, dependendo da posição social, tradição cultural e lugar na história, carregar uma faca poderia ser algo tão comum quanto vestir roupas.
Voltando ainda mais no tempo, as referências a unhas cortadas ou aparadas remontam ao século VIII aC, portanto esse tem sido claramente um ponto de preocupação para os seres humanos há pelo menos 3.000 anos! Sejam os satiristas romanos refletindo sobre a natureza de aparar as unhas em suas peças ou até mesmo a famosa Cleópatra aparando cuidadosamente suas unhas e pintando-as de vermelho, os relatos sobre os estilos e a manutenção das unhas existem há tanto tempo quanto a história registrada.
Mas e quando não existia nem mesmo as facas?
A resposta para esta pergunta é bastante simples. Basicamente, as unhas provavelmente “se cuidavam sozinhas”. As unhas são em grande parte compostas de queratina, uma proteína endurecida que também é encontrada na pele e no cabelo. Embora a queratina seja durável e resistente, ela está longe de ser inquebrável, como atesta qualquer mulher que já teve uma unha lascada. Da mesma forma, quando você corta as unhas com qualquer tipo de cortador, até pode haver alguma resistência, mas elas são relativamente fáceis de cortar.
Agora, pense em milhares de anos atrás, quando os primeiros humanos se comportavam como caçadores, participando de atividades fisicamente extremamente exigentes para a sua própria sobrevivência. Ao longo de seus dias normais, eles provavelmente escavavam vários buracos no chão, afiavam lanças bem rudimentares, construíam abrigos temporários e acendiam fogueiras. Com todo esse trabalho manual, acredita-se que as unhas acabavam se desgastando naturalmente e, consequentemente, se quebravam sozinhas.
Além disso, as próprias demandas diárias de sobrevivência provavelmente teriam impedido que as unhas crescessem em comprimentos indisciplinados ou totalmente incontroláveis. Como já foi mencionado acima, também é possível ver essa “manutenção passiva” das unhas em outras espécies, como cães que costumam andar na calçada e que gradualmente acabam desgastando as unhas, exigindo menos aparas quando são levados a um consultório veterinário.
Desse modo, se as unhas dos primeiros seres humanos viessem a quebrar ou a apresentar imperfeições, isso provavelmente seria resolvido através de uma técnica que usamos até: dando-lhes uma mordidinha ou arrancando as pontas irritantes. De fato, também é possível ver esse mesmo comportamento em outras espécies que lambem, amolecem ou roem as unhas quando elas crescem demais.
Uma questão de zelo e higiene
Com tudo o que foi analisado, podemos concluir que, antes das invenções das tesouras e dos cortadores especializados, as unhas humanas muito provavelmente acabavam se desgastando naturalmente pelo seu uso diário, semelhante à maneira como as unhas dos animais também acabam ficando desgastadas quando sofrem algum contato com as superfícies ásperas do dia a dia.
Todo mundo tem a sua preferência pessoal quando se trata de cuidar das unhas, mas o que mais chama a atenção é que tais características sempre estiveram presentes ao longo da história evolutiva. Os animais, por exemplo, possuem inúmeras maneiras de se manterem limpos e com uma boa aparência. Ou seja, não há como negar que as práticas de higiene são uma parte muito importante da vida de qualquer ser vivo.
Sendo assim, não importa se “damos um trato” em nossas unhas com cuidado todas as semanas ou se mordiscamos ansiosamente as nossas cutículas ao longo do dia. Todos esses pequenos detalhes contribuem de alguma forma para a manutenção das unhas. A higiene é uma prática que tem um significado cultural e bases sociais que remontam a milhões de anos, portanto, se você costuma se preocupar com o estado das unhas, saiba que isso não é um “tique nervoso”, mas algo completamente natural!
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