Quais são as necessidades básicas que os seres humanos devem aproveitar para garantir a sobrevivência? Embora as respostas possam variar de pessoa para pessoa, é inegável que comida, juntamente com o sono e o abrigo, são coisas inquestionavelmente importantes. No entanto, coisas como o gosto e o sabor das comidas também desempenham uma certa importância na sobrevivência, afinal de contas, as comidas mais saborosas tendem a ser menos propensas a oferecer algum tipo de risco à saúde.
No entanto, embora as pessoas tendem a usar os termos “gosto” e “sabor” de forma intercambiável, a verdade é que eles dois possuem conceitos diferentes. Enquanto o “gosto” se refere à sensação percebida pelas papilas gustativas, o sabor se refere a um sentido muito mais complexo, o que na prática se refere a uma delicada mistura de gosto, cheiro, textura e até temperatura.
Outro ponto interessante sobre os sabores dos alimentos é que, se você bebesse um copo de suco de morango de um século atrás, existiria uma grande possibilidade de que o suco fosse totalmente orgânico, feito com morangos reais. No entanto, se você examinar os rótulos dos sucos atuais, logo descobrirá que eles não são nada autênticos, sendo quase totalmente processados. De fato, nesse processo, os fabricantes costumam adicionar sabores criados em laboratórios para replicar o mesmo sabor da fruta em questão.
No entanto, tal processo não se limita apenas à imitação. Ele também inclui corantes que podem tornar a comida ou bebida visualmente mais atraente, sem falar na adição de produtos químicos que aprimoram o cheiro deixam o aroma do alimento mais agradável. Na prática, esses aprimoramentos têm o efeito psicológico de elevar nossas expectativas flexíveis, o que faz um produto parecer gostoso antes mesmo de ser consumido. Mas como os “aromatizantes” fazem esses truques?
Para que servem os aromatizantes artificiais?
Se você olhar atentamente para o rótulo de um determinado alimento industrializado, observará que a sua composição é adornada com sabores “naturais” ou “artificiais”, ou até mesmo ambos! Apesar das diferenças em suas composições, que ainda abordaremos ao longo desse artigo, não há absolutamente nenhuma diferença nos sabores que eles produzem. Na prática, a função de ambos os sabores é replicar sabores reais, fazendo o cérebro pensar que está saboreando uma fruta real.
De fato, o cérebro é bastante fácil de ser enganado. Um bot no Twitter, com seu comportamento cuidadosamente selecionado, pode ser facilmente percebido como um ser humano real se for programado de maneira inteligente. Da mesma forma, um copo inofensivo de suco pode ser percebido como uma composição de frutas reais, se for criado com os produtos químicos certos. Ou seja, para o cérebro, um sabor é apenas o resultado de absorver certos produtos químicos, não importando se ele é proveniente de uma fruta real ou sintetizado em laboratório.
Para se ter uma ideia, os produtos químicos sequer precisam ser mastigados. Como 80% do paladar é influenciado pelo olfato, muitos dos sabores são modulados pelo aroma de um determinado item. A variedade de cheiros é criada pela reação de ácidos que contêm um oxigênio de ligação dupla com uma substância que possui uma molécula oscilante de oxigênio ou hidrogênio. Esse recurso pode ser explorado para formar inúmeras combinações, formalmente conhecidas como ésteres, para produzir um aroma frutado de sacarina associado a sabores agradáveis.
De fato, nem mesmo os ésteres são totalmente necessários para “enganar” o cérebro. Alguns aromatologistas preferem moléculas ainda menores, pois elas têm uma maior probabilidade de evaporar e “escapar”. Desse modo, o que fica no ar também é mais suscetível de ser inalado.
Como os aromatizantes funcionam na prática?
Basicamente, é tudo uma questão de combinação de substâncias. Por exemplo, a combinação de ácido butílico com ácido butírico tende a exalar um cheiro forte que lembra o aroma do abacaxi, enquanto que a combinação de ácido cinâmico e álcool metílico exala o aroma de dar água na boca característico dos morangos.
Da mesma forma, mais de 2.000 outros produtos químicos são combinados para criar mais de 500 sabores com cheiros distintos, cada um dos quais exige várias horas de trabalho sincronizado entre especialistas para conjurar o feitiço perfeito que pode encantar seu paladar. De fato, o resultado desse trabalho minucioso costuma ser tão incrível que muitas vezes não se pode dizer a diferença entre um salmão defumado real ou o sabor artificial de um.
Entre os dois tipos de aromatizantes e saborizantes disponíveis, os “naturais” são chamados assim porque são criados a partir de fontes naturais, que geralmente são comestíveis. O problema é que, apesar de serem rotulados como “naturais”, eles não são essencialmente o que dão a entender, até porque esses produtos são processados com várias outras substâncias químicas para gerar o sabor e o aroma desejáveis.
O segundo tipo é o “artificial”, que como o nome sugere, é criado por meios completamente artificiais. As fontes de sabores artificiais são frequentemente não comestíveis, como o petróleo. O acetato de octilo, um produto químico que simula o sabor levemente cítrico de uma laranja, pode ser sintetizado em laboratório para ser adicionado à produção de gomas de mascar com sabor de laranja.
Por que as indústrias usam aromatizantes artificiais?
Na prática, isso acontece principalmente porque os alimentos tendem a perder um volume crucial de seu sabor autêntico após serem processados. Além disso, quando os alimentos ficam esquecidos por muito tempo nas prateleiras, os seus sabores também tendem a se deteriorar. É exatamente por isso que os aromatizantes artificiais são tão lucrativos, pois eles podem restaurar o conteúdo de sabor de um determinado item de uma maneira fácil e rápida.
Também vale destacar que os sabores sintetizados artificialmente têm uma vantagem sobre sabores criados naturalmente, pois os sabores naturais exigem elementos que devem ser cultivados nas plantações ou encontrados nos troncos das árvores, que muitas vezes são isoladas ou raras. Ou seja, basicamente, os sabores artificiais são criados em pequenos laboratórios e são posteriormente distribuídos aos clientes.
Assim, podemos concluir que os aromatizantes e saborizantes artificiais são bem-sucedidos pela mesma razão que os produtos falsificados. Ambos são tão eficazes quanto as suas versões originais, mas são muito mais baratos e fáceis de manipular.
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