Quando pensamos na Internet como um todo, normalmente pensamos em sites específicos, de modo que acabamos passando pouco tempo nos perguntando sobre os navegadores que costumamos usar. A maioria das pessoas usa navegadores extremamente populares, como o Google Chrome, o Mozilla Firefox e o Microsoft Edge (sucessor do Internet Explorer), que podem ser usados sem a cobrança de qualquer taxa.
Isso é interessante porque, ao contrário da maioria dos serviços que você pode obter da Internet, os navegadores de internet costumam ser totalmente gratuitos. Consequentemente, isso levanta uma questão pertinente: como os navegadores de internet ganham dinheiro? Bem, além da resposta óbvia da receita publicitária, existem algumas táticas que as empresas usam para obter lucro em troca do oferecimento gratuito do seu produto.
Ao longo deste artigo, nós vamos destacar as principais maneiras pelas quais os principais navegadores classificados por porcentagem de usuários (Google Chrome, Mozilla Firefox e Microsoft Edge) ganham dinheiro.
Royalties de pesquisa
No que provavelmente é um recurso despercebido para a maioria dos usuários, o mecanismo de pesquisa padrão na maioria dos navegadores quase sempre é o Google. Assim, uma grande parte das pessoas usa o Google para suas consultas comuns na Internet, mas você já parou e se perguntou por que é sempre o Google?
Outros mecanismos de pesquisa como Bing e Yahoo! obtém resultados semelhantes quando você digita as informações desejadas, então por que o Google é sempre o listado? Bem, o motivo é que o Google paga o que é conhecido como “royalties de pesquisa”.
Na prática, o que isso significa é que o Google paga à maioria das empresas desenvolvedoras de navegadores de internet (com exceção da Microsoft) uma quantia substancial de dinheiro para tornar o Google o mecanismo de pesquisa padrão do navegador. Para se ter uma ideia, as Demonstrações Financeiras Auditadas de 2017 da Mozilla, empresa desenvolvedora do Firefox, mostraram que a empresa recebeu cerca de 562 milhões de dólares em royalties naquele ano, dos quais o Google era responsável por 96% da receita total.
Penetração de mercado
Do ponto de vista comercial, o principal objetivo de fornecer um navegador de internet gratuito para os clientes é a penetração de mercado. Em termos básicos, a penetração de mercado é uma medida da quantidade de vendas ou adoção de um produto ou serviço em comparação com o mercado teórico total para esse produto ou serviço. Na prática, o que isso significa é que, para todas as pessoas que são usuários de um determinado navegador, existe um mercado para um produto diferente que pode ou será oferecido ao cliente.
No caso do Google, essa tática costuma ser o seu maior êxito, pois a empresa pode se dar ao luxo de oferecer uma verdadeira enxurrada de produtos diferentes que podem ser integrados ao Google Chrome, como Gmail, Google Plus, Google Drive, Duo, entre outros. Alguns desses serviços podem ser adquiridos de graça, mas outros custam consideráveis quantias de dinheiro para a obtenção das versões premium. No fim das contas, a integração entre todos os produtos e serviços do Google, torna o uso do Chrome muito mais positivo.
Receita indireta
No caso de uma empresa como a Microsoft, a receita que ela obtém não está necessariamente vinculada ao navegador, mas a um pacote completo de serviços. A Microsoft foi a primeira das três principais empresas de navegadores a lançar um navegador gratuitamente. Isso aconteceu quando o Netscape era a parte dominante e cobrava cinco dólares pelo uso completo do seu software.
Como o passar do tempo, surgiram rumores de que Bill Gates temia que a computação se tornasse 100% baseada na Internet, então ele decidiu desenvolver um navegador que fosse gratuito e incorporado a todos os computadores que executavam o software Windows. Embora o valor lucrativo do Internet Explorer em si não seja quantificado pela Microsoft, seu valor intrínseco é muito alto, pois ele já vem instalado em todos os computadores com o sistema Windows, o que ainda permite controlar uma quantidade decente da base geral de clientes.
Para se ter uma ideia, muitas empresas usam o Internet Explorer desde a década de 1990, sem falar que, em alguns casos, certos programas só funcionavam com ele. O grande ponto negativo do Internet Explorer era o seu desempenho bastante lento se comparado aos rivais, mas isso foi finalmente resolvido com o lançamento do seu sucessor, o Microsoft Edge, que por sua vez é baseado no Chromium, o mesmo projeto de código-fonte do Chrome.
Uma palavra final
Embora a ideia dos navegadores de internet tenha começado como um produto pago, o aumento da disponibilidade de computadores e softwares variados e a ascensão dos navegadores de código aberto levaram esse setor do mercado da tecnologia a adotar uma abordagem diferente. Como tal, não existe uma maneira real de obter uma receita direta através de um navegador de internet, portanto, o objetivo das empresas que produzem esses programas é encontrar maneiras de levar os usuários de seus navegadores para outras ofertas.
O cenário não parece que mudará muito em breve em relação às empresas que detêm os maiores números de usuários ativos, mas realmente pode haver uma certa mudança em relação a quem controla a maior fatia de todo esse bolo, dependendo de qual será o primeiro a apresentar a próxima ideia revolucionária no mundo dos navegadores de internet.
Seja através do compartilhamento de receita, royalties de pesquisa, publicidade ou alguma outra coisa, as empresas desenvolvedoras de navegadores de internet ainda estão tentando descobrir outras maneiras de ganhar dinheiro com seus produtos. Para empresas de navegadores como a Mozilla, parece que os royalties de pesquisa podem ser os mais fáceis e lucrativos no momento, mas as gigantes do mercado como Google e Microsoft sempre tentarão adotar planos mais ambiciosos.
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