Um novo estudo conduzido pela Universidade de Harvard sugere que o consumo regular de carne vermelha pode aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro. Os pesquisadores analisaram dados de mais de 216 mil participantes ao longo de 36 anos e descobriram que aqueles que consumiam mais carne bovina, suína e de cordeiro apresentavam um risco maior de contrair a doença.
Mesmo com uma ingestão de apenas duas porções de carne vermelha por semana, foi observado um aumento modesto, porém estatisticamente significativo, no risco de diabetes tipo 2. Esse risco continuava a crescer com maiores ingestões. Estima-se que 462 milhões de pessoas no mundo sejam afetadas por essa condição, o que representa aproximadamente 6,28% da população total.
O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não responde adequadamente à insulina ou não a produz em quantidade suficiente, levando a níveis cronicamente elevados de açúcar no sangue. Além do diabetes, essa condição está associada a um maior risco de desenvolvimento de outras complicações de saúde, como doenças cardíacas, derrames e problemas oculares e renais.
Após ajustar fatores como atividade física e consumo de álcool, os pesquisadores descobriram que os participantes que consumiam cerca de duas porções de carne vermelha por dia tinham um risco 62% maior de desenvolver diabetes tipo 2 em comparação com aqueles com menor ingestão. Cada porção adicional de carne vermelha processada, como bacon ou salsicha, foi associada a um risco 46% maior de desenvolvimento da doença.
Embora o estudo não tenha estabelecido uma relação causal entre os dois fatores, os pesquisadores observaram que substituir uma porção diária de carne vermelha por nozes e legumes reduziu o risco de diabetes tipo 2 em cerca de 30%. No entanto, eles ressaltam que a falta de diversidade nos participantes do estudo pode limitar a aplicabilidade dos resultados a toda a população.
Em resumo, os pesquisadores enfatizam que limitar o consumo de carne vermelha, mesmo sem excluí-la completamente da dieta, pode ajudar a reduzir os riscos de complicações associadas à diabetes tipo 2.